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jueves, 7 de abril de 2011

Tinkunaco 0220/11 - Fwd: [RED ALAL] DEBATE NA REDE: Assédio moral no ambiente de trabalho é recorrente

REENVIANDO

VIOLÊNCIA MORAL
As reflexões sobre o assédio moral no trabalho vem despertando um trocar de experiências e compartilhamento de entendimentos, visando a extirpação desse mal do século capitalista nas relações, quer laborais, quer familiares, quer mesmo até no ambiente escolar (bullyng).
Veja os debates na rede dos operadores em saúde do trabalhador.

Assunto:
Assédio moral no ambiente de trabalho é recorrente

Boa Noite,

É maravilhoso encontrar e reencontrar pessoas que tem um cérebro que pensa e um coração que ousa sonhar, que é possível despertar reflexões, discussões, provocar inquietações sobre um assunto tão pertinente, como é o assédio moral no trabalho.
Como dizia anteriormente em um e-mail enviado a Geolipia, discutir assédio moral no trabalho, perpassa discussões sobre todo o cotidiano, sobre os reflexos dos elementos em nós. O consumismo, o individualismo exacerbado do século XXI, as desigualdade sociais, o bullying no ambiente escolar, dentre tantas outras. Os agressores do assédio moral no trabalho podem ser os mesmos (e a literatura já traz isso) que foram agressores ou mesmo vítimas de bullying e hoje querem dar uma resposta, covarde sim, mas uma resposta. É um assunto tão complexo, tão importante, e que as vezes, eu na minha incessante inquietação, me angustio, porque olho em volta e sinto uma dormência acadêmica, uma dormência nas organizações sindicais, parece que todos dorme em berço esplêndido, (juro que não quero esse berço) , outros se unem, tentam, vão a luta, mesmo assim, temos os impasses burrocráticos. Como pode um projeto está desde 2003?  Pode. O projeto de lei que deu origem a lei 10.216 de proteção ao portador de transtorno mental, ficou tramitando no congresso durante quase 11 anos, e foi aprovado com várias ressalvas, e eu me questiono, o que falta? Falta mais pessoas engarjadas nesta luta? E, porque essa falta, se diariamente pessoas são afastadas dos seus trabalhos, vêem suas carreiras interrompidas, são forçadas a tomar um novo rumo em suas vidas? Ou melhor, a não terem um rumo. Muda-se o caminho do indivíduo, este não é livre para escolher, é afastado, aposentado por invalidez, e pronto, é mais um na fila do INSS. E, todos os anos forma-se vários profissionais da área da saúde, que como diria Guatarri, devem ter recebido uma viseira na academia, porque é incapaz de pensar o outro, de adentrar a algum movimento que realmente faça diferença. Normalmente estar-se mais preocupado com as publicações, como se artigos cientificos (não estou desmerecendo produção de conhecimento, apenas acho que não é só isso) vá resolver. Quantos trabalhadores da construção cívil que sofre diariamente humilhações, que enveredam pelo caminho do alcoolismo, que tomam rivotril para dormir, ou tentam o suícidio para dar um basta no sofrimento, na perda da dignidade, ler estas produções? Esta crítica é direcionada a algumas academias que incitam publicações e publicações porque isso conta, para mestrado, doutorado, dentre outros. È preciso ter títulos, eu penso, é preciso ter respeito pelo outro, antes de ter o título.

Mas nem só de desabafos e angústias é este e-mail, provavelmente na próxima terça feira, eu juntamente com Geolipia e mais algumas pessoas estaremos oficilializando, formando, o primeiro grupo de estudo sobre assédio moral no trabalho no RN, estou muito feliz com isso, e tenho que te agradecer Schi....

Agora que percebi que cliquei em responder a todos, mas não vou apagar os outros nomes que não conheço, já que está assim, assim vai.

Perdõe-me pelos erros gramaticais e pela angústia....as vezes não dou conta....digamos que a catarse não foi feita.

abraços....

E ... Persistência, Esperança...um novo dia se aproxima...e com ele...temos 24 horas para modificar o que nos deixa infeliz....


 

Querida Lidia,
Sempre muito bom ter noticias suas e ler o que escreve, beijos com saudades.

José Adelino, seria importante ter a resposta da Lidia nas redes que voce encaminhou o email anterior, saudades de voce tambem.

Tomo a liberdade de acrescentar o conceito de assédio moral no trabalho que a Dra Margarida nos traz, quando diz que:

“é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.”

A questão do desistir do emprego ou a imposição do "medo" em perder o trabalho, é muito presente e evidente.
As denuncias que recebo há o fato de que a vitima de assédio moral não é uma pessoa bem vinda naquele lugar, ou ela se adapta as "normas", ou desiste. E se não desiste, reforçam e multiplicam a violência.
Infelizmente, o capitalismo nos fez refens da coisificação do ser humano, como Heloani tratou abaixo, não mais nos percebemos como pessoas, como gente. No mundo globalizado, capitalista, não há espaço para a solidariedade, para laços de cumplicidade, de respeito.
Creio que este é o nosso grande desafio, despertar na classe trabalhadora o ser humano genérico, onde a minha dor é a mesma que a sua, somente desta forma poderemos mudar as relações entre iguais e, com muita união,  juntos vencermos a força do capital.
Espero este ano avançarmos no Brasil, quando a luta pelo trabalho decente entra como pauta principal nos Movimentos Sociais e Sindical, o Projeto de Lei (2369/03) que apresentamos em 2003, conceituando o assédio moral, continua na Câmara Federal sem qualquer movimentação.
Temos muito a caminhar, nos restam as jurisprudencias no Tribunal Superior do Trabalho, a sensibilização do judiciário para esta questão, infelizmente como medidas reparativas e "compensatórias". Para a prevenção deste mal, apenas quando trabalhadores e trabalhadoras conseguirem se perceber como iguais em uma disputa constante com o capital. Não acredito em pactos entre patrão e trabalhador, um outro trabalhador ou trabalhadora sempre será punido, penalizado/a por uma culpa que não é sua.
Desculpem, mas sou militante pelo fim do assédio moral no trabalho e me empolgo ao escrever.

Saudações Solidárias
Schirlei Azevedo


Em 6 de abril de 2011 12:08, lidia <lidia@conabi.cu> escreveu:
Pido de antemano disculpas por responder en español el mensaje, para decir algunas cosas de interés sobre el mismo.

Este tipo de mensaje es muy adecuado para aquellos grupos y personas que desconocen el contenido de uno de los flagelos más horribles del siglo XXI en las relaciones de trabajo que se producen tanto en ambientes insalubres, como en aquellos "muy limpios y que se conciben como de trabajo decente", sin embargo por factores psicosociales y organizacionales, hay posibilidad del enfrentamiento de dos personas o de varias a la vez que enrarece el clima de trabajo en relaciones interpersonales, pero que no solamente se derivan de la personalidad de las dos personas envueltas en el conflicto, sino que puede ser como resultado de una mala organización del trabajo, de la mala disposición de los puestos de trabajo, incluso de la aglomeración de personas en un local que impiden el desarrollo correcto de las tareas cotidianas.

Encuentro muy acertado el documento, me ha gustado el escrito porque es sencillo y de fácil comprensión. Debo decir que en América Latina, hay varios países que se destacan por el trabajo realizado en pos del descubrimiento, identificación de los riesgos y manifestaciones de violencia en el trabajo hasta llegar a las más perversas formas como el acoso moral y sexual.

Venezuela, Argentina, México, Brasil tienen estudios realizados que pueden servir como derecho comparado y material investigativo para aquellos que se introducen en este tema.

Mi único señalamiento, colega José Adelino Alves está en el comienzo de su información cuando menciona la definición dada por la Organización Mundial de la Salud, que corresponde a la definición de VIOLENCIA, en general y no a la de acoso moral o acoso psicológico, que tiene como elementos para su identificación los siguientes:
a) uso abusivo y extralimitado del poder de hecho y de derecho.
b) frecuencia y reiteración de las acciones
c) intensidad y gravedad de los actos cometidos
d) ánimo de causar daño
e) fin último que persigue el acosador contra la víctima

Y termino diciendo que hay una definición actual que engloba la violencia en el trabajo, por parte de la Organización Internacional del Trabajo publicada en un Repertorio de Recomendaciones para el sector de los servicios, los más violentos y con condiciones de trabajo degradadas por agresiones y actos en general de los participantes en la relación laboral y por parte de terceros que dice así:
violencia en el trabajo será “toda acción, incidente o comportamiento que se aparte de lo razonable mediante el cual una persona es agredida, amenazada, humillada o lesionada por otra en el ejercicio de su actividad profesional o como consecuencia directa de la misma”

Gracias por ayudarnos en esta misión que tenemos un grupo de compañeras y compañeros, de divulgar mucho más y que llegue a muchas personas, la necesidad del enfrentamiento hasta el combate más directo a la violencia en el trabajo.

Lydia Guevara

-------Mensaje original-------

De: José Adelino Alves
Fecha: 06/04/2011 11:08:29
Para: Rede Nacional de Informações em Saúde do Trabalhad;  Rede Escola Continental;  escolacontinentaldasaudedotrabalhador@yahoogrupos.com.br;  iedabvl@hotmail.com;  anamariaroeder@hotmail.com;  Schirlei Azevedo;  GILBERTO ANTÔNIO SCUSSIATO;  Caroline Junkes da Silva;  sintraposto;  Maria Janaína Farias Soares;  junior;  Sonia Hack;  sintrial@sintrial.com.br;  vilmar.barro@hotmail.com;  joaobatistacut;  jutra@googlegroups.com;  Luiz Salvador;  Ary Barreiros
Asunto: [jutra.org:5782] Assédio moral no ambiente de trabalho é recorrente

  Geral
Assédio moral no ambiente de trabalho é recorrente
Data: 30/03/2011 / Fonte: DCI

O assédio moral no ambiente de trabalho é um tema recorrente nas áreas
de recursos humanos das organizações, nos departamentos de
responsabilidade social, entre profissionais da saúde e psicólogos.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o assédio moral
consiste no uso deliberado da força e do poder contra pessoa, grupo ou
comunidade, de forma repetitiva e prolongada, em consequência do qual
podem resultar lesões, danos psicológicos, transtornos e privações,
com graves desdobramentos para a saúde dos que passam por essa
lamentável situação. Na prática, muitos de nós tivemos a experiência
ou ao menos conhecemos pessoas, sejam colegas, amigos ou familiares,
submetidos a humilhações no ambiente de trabalho.

Embora não exista legislação específica sobre o assunto no Brasil, a
jurisprudência reconhece as seguintes atitudes, praticadas por
empregador ou por seus representantes, como características do assédio
moral: deixar o funcionário sem tarefas ou mesmo no corredor da
empresa, separado dos demais; fazer piadas; controlar o tempo gasto no
banheiro; insinuar que o funcionário é incompetente; determinar que o
trabalhador execute funções muito acima de suas possibilidades ou, ao
contrário, que desempenhe tarefas inúteis ou que estejam bem abaixo de
suas habilidades; e exposição ao ridículo, entre outras situações.

No Brasil, há um fator social que agrava a situação: a nódoa do
escravismo que prevaleceu no País até 1888, pelo qual o abuso de
autoridade, a humilhação e a violência enraizaram-se como práticas
cotidianas nas relações entre os que mandam e os que cumprem tarefas;
felizmente, um longo caminho foi trilhado desde então em benefício de
toda a sociedade.

No Congresso Nacional, tramita em ritmo lento projeto de lei que
tipifica o assédio moral como uma espécie de acidente de trabalho, de
forma a gerar direito à licença-saúde e outras indenizações. Enquanto
o assunto não é encarado como problema social, muitas empresas
utilizam a violência psicológica como ferramenta para obter melhores
resultados de seus funcionários. Acreditam que a pressão desmedida por
resultados fomenta a competitividade no ambiente de trabalho e gera
profissionais mais eficientes, produtivos e criativos. Nessa linha de
gestão, surgem metas impossíveis de serem cumpridas, abuso de horas
trabalhadas e destrato no dia a dia, com humilhações por escrito ou
verbais, muitas vezes em público. O resultado dessa linha de ação,
porém, não é nada produtivo: ambientes doentios geram trabalhadores
doentes.

Em recente palestra em São Paulo, o pesquisador da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto
Heloani fez a seguinte observação: "É praticamente impossível não
haver assédio moral em um ambiente em que o outro é visto como uma
coisa; você se vê como uma coisa também, porque assim é tratado".

A intervenção do professor Heloani é precisa. O assédio moral nasce em
ambientes nos quais os profissionais não são tratados como pessoas.
Assim, pouco adianta a empresa ter um belo planejamento estratégico
sem alinhá-lo à correta gestão de recursos humanos. Na prática, a
saúde do negócio depende diretamente da saúde de seus funcionários, a
começar pela mental.

Há muitas ferramentas de gestão que ajudam a construir um ambiente de
trabalho saudável, como pesquisa de clima organizacional, gestão por
competências e, até mesmo, a certificação SA 8000, norma voluntária
que se baseia em convenções da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) e que estabelece um modelo de gestão de pessoas e da cadeia de
fornecimento estruturado em processos focados na melhoria contínua das
relações e condições de trabalho.

Essas ferramentas são apenas alguns dentre os caminhos que as empresas
podem seguir em direção a práticas que preservem o respeito e a
dignidade nas relações trabalhistas, sem perder de vista suas
diretrizes corporativas e estratégicas de negócio. Com essa disposição
em mente, as empresas poderão contar com colaboradores mais felizes,
produtivos e integrados, motivados a dar conta de suas missões em
mercados sempre mais competitivos.

Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom


--
José Adelino Alves


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